A reunião estava marcada para às duas horas da tarde, mas o relógio ainda marcava nove horas da manhã mais meia dúzia de minutos. Uma lacuna de quase cinco horas de repente ficou evidente e pesada; seu único compromisso além da reunião era o almoço. Como preencher esse vazio?
Não movido pela razão, a primeira coisa que fez foi se afastar das pessoas, das que o conheciam, virar mais um na multidão. Em um cantinho escuro só seu, achou sua necessária solitude e escutou, viu e sentiu. Saiu da ciência em direção às artes, do exato para o abstrato. E dessa forma, foi.
Pedindo calma a si próprio, lembra que sexta-feira tem prova. Prova! Estudar. Tranquilo. Leu e escreveu. Isso é estudar? Deve ser, talvez seja. Mas não importa, o tempo não está sendo em vão. E era bom.
O relógio marca onze horas.
Impaciente decide que já é hora de almoçar. E foi. Fila. Mais espera. Angústia, impaciência, raiv... Passou. Inspira. Passou. Almoçou. E agora? Onze horas e trinta minutos, ainda faltam duas horas e meia. Muito tempo. Estudar? Deveria, mas a concentração já não existe.
Deita e dorme. Funcionou! Já são doze horas e quarenta e cinco minutos. Indaga-se se já deveria ir para reunião? É o jeito. E foi. Chegou ao local exatamente às treze horas e vinte minutos. Ainda não havia ninguém. E agora? Escrever pareceu uma boa ideia. E foi.
São treze horas e cinquenta e nove minutos.
"Ócio significa não fazer nada, e vem do latim otiu. Ócio representa, por exemplo, uma folga, um momento de contemplação, um descanso despropositado." Nesses raros momentos de abstração as ideias brotam de uma forma linda, inusitada, mas também, às vezes, destruidora, corrosiva.
terça-feira, 8 de setembro de 2015
terça-feira, 25 de agosto de 2015
Catarse noturna
Noite. É escura e fria, mas também colorida e quente. Dizem que é uma criança e que nunca sabemos o que esperar dela.
E pode crer.
Ela pode durar meia hora ou uma vida; pode acontecer tudo, inclusive nada. Mas quando a gente compreende que nada também é tudo o mundo inteiro desabrocha.
O escuro de repente cintila, vibra em tantas cores que é impossível perceber mais do que isso.
O frio, outrora congelante e solitário, muda, torce e quando se vê queima. Queima num calor que emana vida, luz e energia; vivo. Um calor que atrai e se espalha, busca e protege.
Quando se vê está cercado. Mas livre. Sempre livre.
Quando se vê vê! E a noite se despede, um ciclo se encerra e outro está prestes a começar.
Mas, na verdade, essas noites nunca acabam. Estão fluindo até agora e indefinidamente; infinitamente. Livres como o vento, constantes como o tempo.
E pode crer.
Ela pode durar meia hora ou uma vida; pode acontecer tudo, inclusive nada. Mas quando a gente compreende que nada também é tudo o mundo inteiro desabrocha.
O escuro de repente cintila, vibra em tantas cores que é impossível perceber mais do que isso.
O frio, outrora congelante e solitário, muda, torce e quando se vê queima. Queima num calor que emana vida, luz e energia; vivo. Um calor que atrai e se espalha, busca e protege.
Quando se vê está cercado. Mas livre. Sempre livre.
Quando se vê vê! E a noite se despede, um ciclo se encerra e outro está prestes a começar.
Mas, na verdade, essas noites nunca acabam. Estão fluindo até agora e indefinidamente; infinitamente. Livres como o vento, constantes como o tempo.
Algum dia hei de encontrá-la de novo, só que novo.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
Highlover
22:00
Ligo a televisão. Mudo de canal. Dois segundos e mudo de novo. O que não muda é que tudo muda. Mudo. Checo o celular. Passeio pelas redes sociais. Coloco o celular de lado e volto os olhos para a televisão. Muda. Guia de canais. Mudo, mudo, mudo. Nada. Desligo a televisão.
22:30
Preparo a cama, acho que já deu a hora de ir dormir. Férias em todos os sentidos. Por que dormir tão cedo? Um banho quente, relaxante. Mas o sono ainda não desperta. Hoje é quinta-feira. Mas é férias. Então pego minha bermuda mais surrada e minha camisa mais largada. E saio. Primeiramente sem rumo, depois me encontro.
23:00
Fecho os olhos. Caminho. Abro os olhos na praça. Faísca. Faísca. Fogo. Apaga. Faísca. Faís... Fogo! Inspiro curta e repetidamente. Inspiro longamente. Uma vez, duas, três vezes, perdi a conta. Sensibilidade e sinestesia. Sorriso e introspecção. Amor e saudade.
23:30
Fome sorridente. Sanduíche ou sushi? Perto ou longe? Barato ou caro? A moça que me acompanha é impiedosa: Sushi, longe e caro. Ai de mim!
0:00
Amor e saudade. Harmonia e êxtase. O mais intenso êxtase. Penso e imagino. E é sublime. Uma menina. Seria bom ter uma menina. Mas já não sentamos lado a lado. Já não sentamos há muito tempo. Que pena, que pena. Mas antes de você ser eu sou.
0:30
Lar. Calmo, escuro e confortável. Ler. Ameno. Formigamento e dormência. Apago preso em paixão.
1:00
Formigamento e dormência. Demência. Apago.
1:30
Acendo. Aceno. Pleno. Sereno.
2:00
Desperto. Quebro o encantamento e desperto. Liberto, durmo.
Ligo a televisão. Mudo de canal. Dois segundos e mudo de novo. O que não muda é que tudo muda. Mudo. Checo o celular. Passeio pelas redes sociais. Coloco o celular de lado e volto os olhos para a televisão. Muda. Guia de canais. Mudo, mudo, mudo. Nada. Desligo a televisão.
22:30
Preparo a cama, acho que já deu a hora de ir dormir. Férias em todos os sentidos. Por que dormir tão cedo? Um banho quente, relaxante. Mas o sono ainda não desperta. Hoje é quinta-feira. Mas é férias. Então pego minha bermuda mais surrada e minha camisa mais largada. E saio. Primeiramente sem rumo, depois me encontro.
23:00
Fecho os olhos. Caminho. Abro os olhos na praça. Faísca. Faísca. Fogo. Apaga. Faísca. Faís... Fogo! Inspiro curta e repetidamente. Inspiro longamente. Uma vez, duas, três vezes, perdi a conta. Sensibilidade e sinestesia. Sorriso e introspecção. Amor e saudade.
23:30
Fome sorridente. Sanduíche ou sushi? Perto ou longe? Barato ou caro? A moça que me acompanha é impiedosa: Sushi, longe e caro. Ai de mim!
0:00
Amor e saudade. Harmonia e êxtase. O mais intenso êxtase. Penso e imagino. E é sublime. Uma menina. Seria bom ter uma menina. Mas já não sentamos lado a lado. Já não sentamos há muito tempo. Que pena, que pena. Mas antes de você ser eu sou.
0:30
Lar. Calmo, escuro e confortável. Ler. Ameno. Formigamento e dormência. Apago preso em paixão.
1:00
Formigamento e dormência. Demência. Apago.
1:30
Acendo. Aceno. Pleno. Sereno.
2:00
Desperto. Quebro o encantamento e desperto. Liberto, durmo.
sábado, 18 de abril de 2015
Da mesma cor
— Faz o seguinte: escrevo um poeminha e te dou. Deixa só eu improvisar aqui, dois minutinhos... Fast poem!
— Puts! Com um poema eu ia ficar emocionado! Haha! Tu escreve, é?
— Escrevo... Lá vai!
— Puts! Com um poema eu ia ficar emocionado! Haha! Tu escreve, é?
— Escrevo... Lá vai!
E assim foram:
Sua palavra e seu jeito;
Junto com suas mãos de calor,
Sua pele, seu cabelo e seus olhos
Que são todos da mesma cor.
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