Enfim aconteceu. Depois de tantos trancos e barrancos enfim aconteceu. E (hoje) parece que não podia ser diferente. Engoliu o choro e ergueu a cabeça. Ainda resta o choro da alma; e esse não se vai, mas já dá sinais de fadiga.
O que parecia impossível, inconcebível e inaceitável está acontecendo: o verão findou. Os tempos agora são incertos, é verdade. Mas a morosidade do outono passa, o ar gélido do inverno também; e fica a promessa de uma calma primavera e um ardente novo verão.
E o que ficou foram as lembranças, os sentimentos, os gostos, os cheiros e o silêncio. Silêncio eloquente, ensurdecedor. Mas guardo, porque sei que foi verdadeiro.
Mas não aconteceu.