segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Um e-mail para tia Lourdinha

Boa tarde, Tia Lourdinha! Tudo bem?

Olhe, como sempre peço nesses momentos que atraso para responder ou dar notícias, mais uma vez te peço desculpas mas ao mesmo tempo compreensão :)

Ponho um sorriso virtual para tentar amenizar um clima que vem se construindo há alguns anos; a ideologia do ódio tem sido hegemônica e nos atacado de diversas formas. O coronavírus e Bolsonaro não passam de sintomas, pois estamos doentes e adoecendo quem nos cerca.

Esse final de semana está sendo especialmente difícil e melancólico: é feriado de Carnaval. A senhora, boa pernambucana, conhece a quantidade de energia que é intencionada e vivenciada nesses dias de folia. Uma energia tamanha e ao mesmo tempo histórica-ancestral que reverbera, ecoa no tempo-espaço e nos atinge de forma fenomenal. Ontem, sábado de Zé Pereira, foi certamente o dia mais triste do ano; hoje, uma hora dessas, estaria esperando Elefante sair junto um mar de gente e avistando o pôr do sol que só rola nos finais de tarde, em Olinda, no Carnaval - preferencialmente nas ruas de Guadalupe.

Eu estou tão triste quanto poderia estar. Não parece fazer sentido em palavras, mas a felicidade também está presente, pelo simples fato de poder sentir isso tudo, por estar vivo.

Vovó Risoleta e vovô Petrônio já tomaram a primeira dose da vacina, assim como vovó Zélia - mãe de painho. Espero que a senhora também já tenha tomado ao menos a primeira dose e que possamos vislumbrar uma luz no fim do túnel dessa jornada que já se arrasta há tempo demais.

Um beijo,

Do seu sobrinho,

Filipe


P.S.: Envio uma foto para a senhora ver o tamanho do meu cabelo como está grande! Vovô ainda não aceitou rsrs

P.S.2: As fotos na praia são na Paraíba; menos a do por do sol em que estou de ponta cabeça, essa é no Rio Grande do Norte