"Em um tempo longínquo, tão distante no tempo que é impossível mensurar, existiam doze sábios. Pessoas comuns, na verdade, mas que tinham um intelecto tão superior que decidiram ficar a parte do mundo e dos acontecimentos que lhe afligiam. Dessa forma, eles se deslocaram para um lugar ermo, no alto da montanha mais alta alcançável, um lugar onde podiam ver o mundo e refletir sobre ele em paz.
Em sua época, o mundo passava por muitas mudanças, muitas adaptações. O homem estava pondo em prática como nunca seu egoísmo inerente e seu instinto belicoso. Os homens esqueceram a dádiva da razão e agora agiam por puro e simples impulso e ódio.
Vendo isso, os sábios não puderam simplesmente assistir o mundo que conheciam e amavam ser destruído de forma tão abrupta e incoerente. Decidiram agir, só não sabiam ainda como conter a natureza selvagem do ser humano. Anos se passaram, décadas e nenhuma solução. Até que o sábio mais antigo e ao mesmo tempo mais moderno percebeu o ponto fraco do homem: despojado de razão a única vulnerabilidade lógica é a própria mente! Resolveram atacá-la.
Durante um ano e um dia eles debateram e registraram seu método. Criaram uma verdadeira mitologia, com seres que estavam acima da compreensão humana e que puniam quem não seguia sua cartilha, mas também agraciavam se tratados da forma correta. Os sábios atribuíram valores éticos, morais e um esboço de valores cívicos nos seus textos. Também constava exemplos de desgraça e ruína para os hereges. Ao fim do processo os sábios tinham em mãos a matéria prima de todas as mitologias do mundo e dos livros sagrados atuais.
De tão iluminados, os sábios descobriram uma forma de inserir e doutrinar os homens de acordo com seus valores. Demorou, mas o mundo enfim viveu um período de paz e harmonia, motivada em muito pelo medo, mas esse foi um mal infelizmente necessário.
Os sábios, há muito, estão mortos, mas seu legado marcou a humanidade. Não pela paz ou harmonia, mas pela necessidade de um deus! A maioria dos homens dependem dos deuses criados para sua própria existência. Impossibilitados psicologicamente de enfrentar o mundo, os homens agora depositam todos os seus medos e anseios nesses seres sem corpo. Covardes? Talvez. Mas fomos induzidos a isso. Há muito tempo."
É uma ideia bem infantil, sim, mas que me faz refletir muito sobre a existência de um poder que move o mundo, de um deus onipresente e a necessidade que as pessoas tem dessa crença (me incluo). É quase assustador. Mas no fim deus nada mais é que um truque de nossa própria mente. Sei lá.
tem horas que precisamos de uma penseira estilo dumbledore pra depositar o excesso de pensamentos, se nao explodimos! e esse lugar a gente acha na nossa própria mente: o nosso "deus"
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