sexta-feira, 27 de junho de 2025

Todas sextas são banais

É isso.
A dor vem menor, e vai embora mais rápido.
Mas o desejo, ainda tá aqui.

Te confesso que quase não quero mais.
Tô quase conseguindo soltar.
E não só ver partir,
mas partir também, mesmo partido.

E te confesso, sem entusiasmo
que me dói não doer como doía antes.
É uma nova dor, mesquinha.
Uma dor que não me reconhece.
Eu me identificava com a outra.

A antiga era honrosa, apesar de indigna.
Essa agora é desonrosa e indigna da mesma forma.
E, se eu pudesse escolher, nem sei qual dor escolheria.
A outra era incapacitante, agora é inconformante.
Nem sei.

Só sei que o tempo  passando.
Impiedoso, calado, sem dar satisfação.
Roendo tudo, mastigando memórias.
Quase não sobra nada.

E, mais uma vez, talvez seja isso.
Em silêncio. Sem imagem. Sem som.
E eu ainda nem sei se eu acordei.

Se tudo virou sonho,
o passado espia o presente
e o futuro.
Déjà vu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário