Ali havia paz.
Terrível. Instável. Trêmula.
Feita de vidro e de despedida.
Terrível. Instável. Trêmula.
Feita de vidro e de despedida.
Ameaça constante de deixar o mundo cair das mãos.
Paz estilhaçada. Os cortes profundos.
Caos invisível, atravessando em grandes rachaduras.
Abrindo brechas no tempo.
Fébril na mais alta madrugada, delirando.
Tentando desligar o corpo, ainda vibrando.
Coração acelerado muito além de doze por oito.
A pele lembrando, retrogosto metálico, carta tatuada em brasa.
O silêncio se esticando, afiado.
Li a carta queimada, decifrando cada cinza.
Sem nome, sem remetente.
Somente o caminho a frente.
A estrada embaçada, me perdendo mesmo sem saber pra onde ir.
Arame farpado dos dois lados.
Mas eu sabia.
Teimosamente guardado e escondido.
Na dobra, um sopro úmido na pele da manhã.
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