me peguei na correnteza de novo. espécie de droga, espelho, eco e/ou sintoma.
só que de repente, fui pra outra coisa completamente aleatória, percebi quando já estava fundo n'outro fluxo.
ciente da linha tênua entre saúde e delírio. ciente do que deixar. ciente do que levar. faz tempo que sei. mas e o jeito, né?
só que não. prefiro muito mais a correnteza brava. gosto do que sinto quando tô nela. me sinto pequeno tamanha grandeza. e isso faz bem. extrapola meu eu. dilui nas profundezas, sob muitas camadas de vida que não tiveram tempo.
o outro fluxo compreendi como egóico, encimesmado, autocentrado. não gostei do sentimento. mesquinho, né? eu, eu, eu, eu.
só que não. percebi de novo — fui e voltei, né, to indo e voltando toda hora, sem referência — percebi que na verdade a correnteza continua sendo autocentramento. eu também.
a correnteza sou eu. no meu íntimo. tá dentro. não tem nada lá fora. no máximo uma mimetização da experiência na relação com o outro. se comportando como se ainda fosse presente.
quase entendi a correnteza como uma experiência psicotrópica. mas perdi as condições de dizer isso também. seria uma experiência psicotrópica por causa do extrapolamento do eu, né? morrer um pouco e voltar alguém outro.
mas eu mesmo que preparei isso tudo, disfarçado de transcendência, sou eu que fermento esse delírio. moribundo, mas sobrevivente.
não sei como fazer parar, não sei se quero parar, não sei se quero querer.
me peguei na correnteza de novo. espécie de droga, espelho, eco e/ou sintoma.
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