domingo, 25 de maio de 2025

Ressonância ~modo avião

Eu era som.
Frequência viva, vibrando na pele e na alma.
Ela ouvia profundamente — com os olhos enormes.

Fomos música, marcha e folia.
Explosão de harmonia, êxtase de bala no carnaval de Olinda.
Uma energia infinita.
Na margem do caos, soleira de uma casa colorida.

Como num passe de estupidez:
Modo avião.
E a melodia, sem ter sinal, melancolia.
Tocou silêncio em todos clarins.
Virou ruído branco no espaço profundo.
Eco.

Mas consigo escutar de olhos fechados.
E mesmo que eu não consiga vê-la posso ouvir seu sorriso.
Ainda ressoando.