queria ficar só na minha presença
e mais uma vez
a inquietação
"é pra fazer o que agora?"
ponho um caderno na minha frente "escrever?"
recuso de início,
percorro com os olhos as bordas do quarto
baseado aceso entre os lábios
já risquei tantas tarefas da lista
mas nada me atravessa como vitória
tudo em suspenso
olho de novo
reconheço o entorno
cada objeto devolvendo seu contorno
mas tá faltando
tem mas tá em falta
escorreu entre os dedos da minha mão
água que foi feita pra fluir
virou traços, palavras, rabiscos
gritos abafados em folha verde
e tons pastéis que escondem excessos
tentativas tímidas de fé
"escrever e acreditar"
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