não peço retorno
que minha presença me baste
se for pra ser, que seja estrela
e não eco
que venha a cura
em forma de incêndio ou rio
que venha o amor
loucura que bagunça o juízo
que venha a felicidade
mesmo que doa sua chegada
o universo silencia
e dentro de mim, o murmúrio persiste
há linhas de destino que tremem
há vontades que se desdobram
há escolhas que ardem no peito
brasas quietas, escondidas
me escolhe, acaso
ou me condena à liberdade
me protege, acaso
ou me deixa nu
eu também sei cuidar
mesmo com mãos ensanguentadas
sei ofertar presença
mesmo na ausência
sei acender lampejos
pra adiar o fim
se for pra ser, será
se não for, libera
pois há uma fenda no tempo
onde a vontade é soberana
onde o desejo escreve em fogo
que assim seja
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