terça-feira, 23 de setembro de 2025

epicentro das linhas sísmicas

não peço retorno
que minha presença me baste
se for pra ser, que seja estrela
e não eco

que venha a cura
em forma de incêndio ou rio
que venha o amor
loucura que bagunça o juízo
que venha a felicidade
mesmo que doa sua chegada

o universo silencia
e dentro de mim, o murmúrio persiste
há linhas de destino que tremem
há vontades que se desdobram
há escolhas que ardem no peito
brasas quietas, escondidas

me escolhe, acaso
ou me condena à liberdade
me protege, acaso
ou me deixa nu

eu também sei cuidar
mesmo com mãos ensanguentadas
sei ofertar presença
mesmo na ausência
sei acender lampejos
pra adiar o fim

se for pra ser, será
se não for, libera

pois há uma fenda no tempo
onde a vontade é soberana
onde o desejo escreve em fogo

que assim seja

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