todas as cores possíveis,
quentes, vibrantes, quase incandescentes.
havia água adormecida nas sementes dos coqueiros,
rios inteiros escondidos em pequenas cápsulas,
escorrendo em direção ao mar,
abrindo caminhos invisíveis.
até que a lüa cheia rasgou o céu
revelando tudo que estava oculto.
a necessidade de tudo que não havia,
um cansaço antigo do ser.
a abundância virou deserto,
um esgotamento silencioso,
uma sede insaciável de paz.
em nome do amor,
as flores murcharam até virar cinza,
os coqueiros tombaram enfermos,
os rios perderam a voz,
não mais caminhos para canto nenhum.
e o mar permaneceu inalcançável,
miragem líquida no horizonte.
mas também por amor
é preciso semear de novo,
abrir sulcos na terra sedenta,
para que a água encontre passagem,
e o mar volte a ser destino,
não ilusão.
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