domingo, 14 de setembro de 2025

não pare

quando não souber o que fazer
corre.
se movimenta, desliza,
descola do chão que te prende,
atravessa portais invisíveis.

apaga a luz,
acende os olhos,
deixa o corpo ser guia da própria vertigem.

a cor é verde:
suco amargo de hortelã-pimenta,
adstringente que raspa a garganta
pra deixar passar.

não fica nada.
nem pensamento, nem saliva.
não serve chá:
serve grito, canto, palavra cuspida no papel.
deixa a espuma do instante acalmar.

quando sentir demais,
não procure razão pois não há.
quando a razão pesar demais,
não encontrará sentimento.

são pesos e contrapesos,
um pêndulo cego
tentando desenhar equilíbrio
num corpo que nunca para de oscilar.

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