obrigado por tudo.
passei dias esperando o sopro úmido das tuas palavras,
passei dias esperando o sopro úmido das tuas palavras,
feito chuva no deserto.
cada notícia tua era alívio, alegria,
cada notícia tua era alívio, alegria,
um corpo respirando de novo dentro do meu.
eu te amo — e isso me basta.
foi linda nossa história.
eu te amo — e isso me basta.
foi linda nossa história.
manhãs acesas, silêncios cúmplices, olhos que se buscavam.
te admiro como se admira um relâmpago.
beleza e perigo no mesmo instante.
corri atrás daquilo em que acreditava,
corri atrás daquilo em que acreditava,
falei cada verdade que me incendiava.
isso me basta.
mesmo doendo, é lindo.
o mais lindo que já brilhou,
isso me basta.
mesmo doendo, é lindo.
o mais lindo que já brilhou,
mesmo queimando as mãos.
a maior criação que já fiz,
esse fogo que ainda arde nas bordas do infinito.
sei que você cansou de lutar.
não corro mais atrás da inocência;
ninguém de fato o é.
não fujo mais da tua sentença.
aceito o fim inevitável,
não fujo mais da tua sentença.
aceito o fim inevitável,
a morte explosiva de uma supernova.
sinto muito não ter sido porto quando você precisava ancorar.
desculpe a paz que lhe roubei,
sinto muito não ter sido porto quando você precisava ancorar.
desculpe a paz que lhe roubei,
e o futuro esperado que não dei.
suporto a vida como um momento além do cais,
suporto a vida como um momento além do cais,
assistindo o eterno movimento dos barcos.
me dói o peso do que construímos e não soube sustentar.
mas te prometo: não repito os mesmos naufrágios.
nem com você, nem com ninguém, nem comigo.
um hiperfoco sem fuga.
acordei e adormeci com teu nome aceso em minha cabeça.
não era festa, era ritual,
não era festa, era ritual,
busca desesperada pelo teu rastro.
banal, errado. eu sei.
e agora o que resta é essa lucidez tardia,
banal, errado. eu sei.
e agora o que resta é essa lucidez tardia,
que cintila como fogo-fátuo.
eu te amo pra caralho.
mesmo no fim, não consigo não dizer isso.
esperarei algum ruído teu,
eu te amo pra caralho.
mesmo no fim, não consigo não dizer isso.
esperarei algum ruído teu,
até que o silêncio devore a esperança e reste apenas o ar limpo.
to tentando não acabar esse texto.
e fotografias guardadas numa caixa velha.
talvez o último momento conectado mesmo que tão distante.
to imaginando letras pra tu seguir viva nessa prosa.
mas é isso. o fim é assim, abrupto, numa quinta-feira à noite.
to imaginando letras pra tu seguir viva nessa prosa.
mas é isso. o fim é assim, abrupto, numa quinta-feira à noite.
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